Conchas Quebradas

Recentemente, eu e Virgínia, minha namorada, estávamos catando conchinhas beira-praia. Por todas as conchas que passávamos, a primeira observação que fazíamos era se estavam quebradas ou não. Definitivamente, para o padrão de conchas que a Virgínia queria, só serviria as conchas perfeitas, sem qualquer quebrado ou trincado. Veio-me então à mente, com esta singela situação, algo que me fez pensar no grande amor de Deus.

Nós, enquanto humanos, somos um amontoado de conchas quebradas, destruídas pelo pecado, sem quase nenhuma formosura, sem quase nenhum valor. Não há em nós nada que possa atrair a graça de Deus, nada que possa nos fazer suficientemente melhores, a ponto de merecermos qualquer atenção de nosso Criador. Se temos algo de bom, se deve ao fato de, na criação, termos recebido o sopro do Espírito de Deus. Mas isto não nos é suficiente para afastar a nossa evidente imperfeição que decorre de nossa natureza pecadora. E não há entre nós uma, sequer, concha perfeita. Só há conchas quebradas e destruídas.

Ainda assim, Deus, em sua infinita misericórdia, nos aceita com profundo amor, com uma graça que nos constrange, graça tamanha que joga por terra toda a nossa imperfeição. Todos os nossos quebrados são colocados de lado. Ele nos aceita como somos, diz a nós que a graça Dele nos basta e nos faz justos, não por nós, mas por Ele, somente por Ele. Ele abandonou a sua glória e veio para nós, as conchas quebradas.

por Samoel Jr.